Histórico

A Paróquia São João Batista tem uma grande importância religiosa, política e social na cidade de Porto Alegre, pois desde as décadas finais do século 19, influencia no desenvolvimento da Zona Norte da capital gaúcha. É a paróquia-mãe de muitas outras capelas que surgiram além do 4° distrito da cidade.

A Igreja de São João Batista serve ao bairro homônimo há 83 anos. É um marco referencial na cidade de Porto Alegre, pois além de ter sido fundamental para o surgimento de um bairro, é o templo que determina onde começam as avenidas que se confundem, Assis Brasil e Benjamin Constant. A torre sineira com 32 m de altura se destaca imponente na paisagem do bairro como a maior obra de alvenaria podendo ser vista até mesmo do aeroporto.



As movimentações para a criação de uma comunidade religiosa deu-se ainda em 1870. Clara e Felicidade Maria da Silva, conhecidas pela alcunha de “irmãs fumaça”, foram as responsáveis pelo surgimento do Bairro São João, pois sendo elas proprietárias das terras abaixo da colina do Higienópolis, doaram o terreno e pediram autorização para o bispo para construir uma capela para o santo de sua devoção: São João Batista. No entorno dessa capela, surgiu então o bairro do mesmo nome. A Capela foi concluída em 1874. Em 29 de dezembro 1916 é criado o curado de São João Batista do Passo d'Areia, por ato do Arcebispo de Porto Alegre Dom João Becker, que em 27 de janeiro de 1917 concedeu provisão ao primeiro cura, o padre Cleto Benvegnú. Em 28 de junho de 1919, torna-se finalmente Paróquia, cabendo então à Paróquia São João Batista a jurisdição sobre todas as demais capelas da zona norte.

Em 14 de janeiro de 1923, foi lançada a pedra fundamental para a construção de um novo templo, idealizado pelo padre Cleto, fundador da paróquia, que foi projetada por Augusto Sartori. A missa inaugural da matriz de São João aconteceu em 21 de fevereiro de 1926. A igreja ainda não estava terminada, mas já tinha a nave central e o presbitério, o que possibilitava a realização de missas. Na década de 60, a torre sineira ainda estava incompleta, faltando o corpo do óculo onde se encontram os sinos. Arquitetonicamente, o templo é eclético, misturando diversos estilos, porém é nítida a predominância do neorromânico.


Fonte: Livro Tombo

Textos: Lucas Volpatto

A comunidade

A comunidade da Igreja São João Batista sempre foi muito atuante desde o início de sua história. Na década de 1920, preocupados com a falta de escolas paras os filhos da comunidade operária que residia no bairro, o padre, então cônego Cleto Bevengnú, funda o Colégio São João Batista, que desde o início contou com a ajuda dos Irmãos Lassalistas na educação dos meninos. Em 1951, os irmãos adquiriram o colégio, mantendo-o até os dias de hoje.

Para as meninas, em 1931, foi fundado o Ginásio Santa Teresinha, que contou com a participação das Irmãs Franciscanas da Penitência. Em 1970, houve a fusão dos Colégios Santa Terezinha e São João. Mas a vocação de suprir o ensino na comunidade do bairro não parou por aí. Ainda hoje a paróquia mantém uma escola de reforço para crianças carentes: a escola São Jose Maria Escrivá.

Atentas às necessidades da população operária, a comunidade cria em 1965, ao lado da paróquia, a Sociedade Caritativa São João, para atendimento básico da população operária com médicos, dentistas e auxílio comunitário em geral.

Em 1941 quando a grande enchente de Porto Alegre dizimou o 4º distrito, o cônego Davi Rosa abriu as portas do templo para abrigar os necessitados. Também é mérito da comunidade a Fundação, em 1936, do Cemitério São João, na colina do Higienópolis. Surgiu das reclamações de paroquianos do longo trajeto até a Azenha para enterrar seus mortos. A comunidade São João também foi responsável pela implantação das então capelas, e hoje paróquias, Sagrado Coração de Jesus e Cristo Redentor.



A Festa

Segundo pesquisas feitas em jornais, livro tombo e depoimentos com antigos paroquianos, a festa e procissão de São João Batista sempre mobilizaram o bairro e atraíram fiéis de outros arrabaldes da cidade. Em 1917, a população do bairro rudemente urbanizado contava com 2680 habitantes, sendo 2.500 católicos. Sendo um bairro operário composto por vilas e de indústrias, logo cresceu, chegando à década de 1920 com 6.000 habitantes.

As festividades do padroeiro São João Batista tiveram início logo na posse do Cônego Cleto Benvegnú como cura da comunidade. Dia 24 de junho de 1917, a festa do padroeiro é realizada com procissão pelas ruas do bairro. Sem festeiros e com a imagem do padroeiro recém adquirida, não havia mobilizado fiéis além da freguesia.

Pelos anos que se seguiram a festa de São João foi crescendo paralelamente ao progresso do bairro. Existem registros no livro Tombo que evidenciam bem a dedicação da comunidade a este evento de fé, quando o tempo impossibilitava a realização da festa, principalmente da procissão, adiava-se o evento mas nunca deixando de realizá-lo.

A festa de São João realizou-se anualmente até meados da década de 60, sendo interrompida por longo período após isso, sem motivo conhecido. No final da década de 1990, foi retomada a tradição da festa de São João Batista, após uma campanha que mobilizou fiéis para o restauro da imagem do padroeiro de 1926. A Festa contava com a novena e a procissão pelas ruas do bairro, que terminava com uma missa campal na Festa Junina realizada na esplanada do Shopping Bourbon Assis Brasil.



Padroeiro

São João Batista foi o precursor de Jesus Cristo, a voz que clamava no deserto e anunciava a chegada do Messias, insistindo para que o povo se preparassem para essa vinda pela penitência.

Já no Antigo Testamento encontramos passagens que se referem a João Batista. Ele é anunciado por Malaquias e principalmente por Isaías. Os outros profetas são um prenúncio do Batista, e é com ele que a missão profética atingiu sua plenitude. Ele é assim, um dos elos de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento.

"Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1,29).



Oração a São João Batista

Ó glorioso São João Batista/ que tiveste a honra de ser o precursor do Salvador,/
anunciando a sua vinda/ e pregando a penitência, / dai-nos a graça de sermos penitentes/
e coragem para anunciar Jesus Cristo/ aos nossos irmãos que não o conhecem/ e não o amam.

Ó São João Batista,/ grande profeta do Antigo e do Novo Testamento,/
ajudai-nos a sermos profetas nos dias de hoje, / anunciando a verdade/ e denunciando o pecado.

Ó grande Santo,/ que recebestes o elogio de Nosso Senhor/ de ser o maior entre os nascidos de mulher, /
socorrei-nos em nossas fraquezas,/ ajudai-nos em nossas necessidades/ intercedendo por nós a Deus (pede-se a graça).

Gratos na terra por vossa poderosa intercessão, / propagaremos o vosso culto/e salvos no céu/
cantaremos eternamente convosco/ os louvores da Santíssima Trindade./ Amém.



Pároco

Pe. Renato Inácio Schuh
Nascimento: 22/03/1956
Ordenação: 21/01/1984
Pároco desde: 10/01/2015


Vigário paroquial

Pe. Eduardo Moesch
Nascimento: 29/11/1962
Ordenação: 04/12/1987


Párocos antigos

  • Pe. Francisco Ledur - Pároco de 2004 a 2014
  • Pe. Cesar Leandro Padilha - Vigário de 1998 a 1999
  • Pe. Eduardo Santos - Pároco de 1996 a 2004
  • Pe. Pedro Gregory - Pároco de 1990 a 1996
  • Pe. Luiz Lorenzatto - Pároco de 1974 a 1990
  • Pe. Paulo Geremia - Pároco de 1962 a 1974
  • Pe. David Rossa - Pároco de 1934 a 1962
  • Pe. Cleto Bevegnú - Pároco de 1917 a 1932
  • Boletim Informativo

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